sábado, 21 de março de 2020

Como manter a saúde mental diante do Coronavírus

Diante do crescente risco de contágio por Coronavírus, todos já sabem que o melhor é se recolher e ficar em casa. Mas como aguentar, como não enlouquecer diante de tantas restrições e mudanças de rotina?




Os danos financeiros serão enormes para o país e para muitos, mas a medida objetiva salvar vidas, que é o bem mais importante. Fique em casa, todos estão precisando! Só sair para comprar itens essenciais, e cuidar muito, higienizar, , lavar mãos, usar álcool gel. Sim, estamos passando por uma tensão enorme. É grave, claro. Mas, o que fazer em casa, enquanto isolado? Em tempos de smartphones e fake news, precisamos cuidar para não passar o dia todo grudados em notícias ruins e sensacionalistas, sob o risco de adoecer, mental e fisicamente. Já ouviram o ditado que diz "mente sã, corpo são"? Pois é, agora é a hora de focarmos mais do que nunca em nossa saúde, para nos mantermos fortes. Por isso, separei alguns tópicos com sugestões, para nos ajudar a ficar bem, em casa, em isolamento social.

*Imagem da capa de Karolina Grabowska por Pixabay.


1 - Escute boas músicas

Escute músicas tranquilas e alegres. Dá o play naquela playlist maravilhosa enquanto realiza outras atividades. A música conecta sua mente a outras "atmosferas". Você está em casa, está seguro. Pense em coisas boas, e a música é uma ótima aliada nisso. Clique aqui e veja uma sugestão de playlist.

Imagem de Luisella Planeta Leoni por Pixabay



2 - Aproveite para arrumar a casa

Uma casa diz muito sobre a mente de quem mora nela. Uma casa bagunçada reflete uma mente bagunçada. Agora, então, você tem tempo de sobra para colocar tudo em dia. Aproveite. Conforme lava louça, roupa, organiza, você ocupa a mente e se distrai dos pensamentos ruins e do medo. E lembre-se da música, reitero. Outra coisa: enquanto está ocupado fazendo isso, não está no celular lendo notícias e se preocupando.

Imagem de Fernando Arcos por Pixabay



3 - Restrinja o uso do celular

Estar informado é importante, mas não precisa ser a cada minuto. Confira apenas sites oficiais, como da OMS (veja aqui) ou da secretaria de saúde de seu Estado, ou então a imprensa. Só não fique dando ouvidos a qualquer coisa que recebe pelo Whats App.


4 - Mantenha contato virtual com parentes e amigos

Se tem algo de positivo nos smartphones é a facilidade de efetuar vídeochamadas e conversar com as pessoas à distância. Aproveite. Para isso ele está liberado.


5 - Aproveite para assistir filmes e séries

Sobrando tempo, ocupe a mente com filmes e séries, mas cuidado com os exageros. Não adianta fazer só isso o dia todo e esquecer todos os outros pontos citados aqui. E assista coisas boas. Eu no momento tenho gostado de assistir vídeos de aventuras, que é o que gostaria de estar fazendo. Veja um exemplo aqui.

Imagem de Andrés Rodríguez por Pixabay



6 - Aproveite para estudar ou ler aquele livro

Quem faz concursos está aproveitando o tempo livre para se preparar, estudando muito. E já vi diversos cursinhos liberando cursos online grátis, o que é muito oportuno. Aproveite! Ou então leia, de preferência um livro de papel. Sabe aquele que você comprou mas até hoje não conseguiu ter tempo? Agora você tem! Outra leitura boa, sei que sou suspeito para dizer, é o meu blog de viagens De carro pela América. Leia e aproveite para planejar a próxima viagem de férias.

Imagem de Katrina_S por Pixabay



7 - Mantenha uma rotina de exercícios diários

A maioria das academias fechou temporariamente. Mas quarentena não deve ser sinônimo de bunda no sofá e preguiça. Pelo menos alguns exercícios diários podem ser mantidos. Assim como a saúde mental impacta na saúde física, o inverso também é verdadeiro. Faça exercícios de solo pelo menos: apoio, abdominal, polichinelo. Pegue pesado nos alongamentos! Muitos profissionais dão dicas pela internet nas redes sociais. Separe pelo menos 30 minutos de cada dia para se dedicar a exercícios físicos.

Imagem de 5132824 por Pixabay



Enfim, meus amigos, está na hora de se re-encontrar, fazer o que gosta, ficar feliz em sua própria companhia. Sabemos que a situação é grave, mas é preciso ficar bem, com mente e corpo sãos.  É por um tempo. Não sabemos quando, mas se acredita que em no máximo alguns meses poderemos voltar às rotinas, e quem sabe pessoas melhores, com uma nova bagagem de aprendizado pessoal? É isso que esperamos para todos, é isso que esperamos para a sociedade! Teve que vir um vírus nos mostrar que precisamos mudar, um ser que nem célula tem. Enfim...

Fiz sete tópicos, mas poderiam ser mais. Se lembrarem de algo também importante, me escrevam, pelos comentários abaixo. E compartilhe esse texto com as pessoas que precisam. Vamos nos manter bem, ok? Abraço virtual (esse pode)!

sexta-feira, 20 de março de 2020

Atendimento psicológico on-line em tempos de coronavírus

Estamos passando por uma crise mundial em que vidas estão sendo colocadas em risco a cada proximidade, aperto de mão, abraço ou beijo. Da mesma forma, o atendimento psicológico presencial poderia ser uma transmissão a mais nessa cadeia desenfreada que queremos evitar a todo custo. Por isso, apresentamos o atendimento psicológico on-line como uma alternativa moderna, segura e tão efetiva quanto a presencial.

Imagem de Tumisu por Pixabay


E o risco de transmissão de doenças não é algo novo. Sempre existiram os vírus, bem como outros micro-organismos causadores de doenças. O que diferencia esse novo coronavírus é a rápida propagação e a gravidade dos sintomas de alguns pacientes, que poderão precisar de cuidados especiais intensivos para sobreviver, recurso limitado nos sistemas de saúde, mesmo em países desenvolvidos, como temos observado nos noticiários. Assim, se muitos precisarem desses cuidados ao mesmo tempo, alguns não terão acesso e inevitavelmente perderão a vida. Por isso, a luta não é exatamente para barrar o vírus, mas sim reduzir sua velocidade de propagação, fazendo com o que o sistema de saúde consiga dar conta dos doentes conforme vão surgindo.

Contudo, outras necessidades não deixam de existir, como por atendimento psicológico. Quem precisa, faz o quê? Agora, mais do que nunca, está na hora de dar valor ao atendimento psicológico on-line. Ele existe, é possível, regulamentado pelo Conselho Federal de Psicologia e, com certeza, a melhor opção no momento. Você poderá estar salvando vidas ao tomar essa decisão. Entende a gravidade do assunto?

Imagem de USA-Reiseblogger por Pixabay

Ficou interessado? Acesse o link Atendimento psicológico on-line e saiba como iniciar sua terapia sem sair de casa. A sociedade agradece!

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

7 dicas de um psicólogo para você ser feliz

Você já se perguntou alguma vez se está mesmo no rumo certo na vida? Já se perguntou se teria algo que poderia fazer diferente? Sabe, de vez em quando a gente precisa ajustar os parâmetros de navegação. Pensando nisso, o objetivo desta postagem é de, justamente, dar um novo direcionamento, melhorando o rumo desse seu, usando uma metáfora, “barco que navega em direção a essa ilha que chamamos FELICIDADE, um lugar não cartografado no mapa”. Será? Vem comigo...

Imagem de Johannes Plenio por Pixabay


Amigo, se esta é a primeira postagem que lê neste blog, seja bem-vindo! Meu objetivo como psicólogo é ajudar as pessoas a navegar, mas eu não posso navegar por você, isso não é possível. Eu ensino, mas você é quem põe em prática o que aprendeu. Você está pronto? "Içar velas"? Então, aqui vão minhas sete dicas para você ser feliz, lembrando que não é um passo a passo, mas sim uma ajuda, uma soprada de vento, que espero que te ajude em meio a essa turbulenta maré em que vivemos.


1 – Ame a si mesmo

Seu passado é parte indissociável de você. Remorso, culpa, são como uma âncora que se prendem no fundo e não te deixam seguir adiante. O que fazer com um passado pesado, difícil de suportar? Não tente se livrar dele. Entenda que tem coisas na vida que você não tem controle. As coisas ruins ou aconteceram por motivos que fugiram do seu controle, ou na época você não tinha todo o conhecimento de que seria tão ruim para você agora. Seja o que for que tenha acontecido, aconteceu. Ponto. Tudo o que aconteceu definiu onde você está agora. Ao invés de odiar você pelo seu passado, recolha essa âncora, guarde-a em um compartimento desse seu navio, e siga viagem. Lembre-se: o passado não te define, o futuro você define.

Se você tem dificuldade em aceitar esse passado, procure um psicólogo, conte para ele e reflita em terapia “quem você é”, aprenda a amar-se.


2 – Tenha tempo para si

Sei que a sobrevivência vem em primeiro lugar, que você precisa ter o que comer, onde dormir. Ou seja, sei que existe uma luta diária: trabalho, deslocamento, rotina, necessidades. Mas tem muita gente por aí que se acorrenta mais do que precisa nisso tudo. Esses são barcos à deriva, daqueles que a maré leva para qualquer lugar.

É impossível pensar em felicidade sem pensar em momentos de prazer, momentos de alegria, de relaxamento. Isso coincide com o pensamento de Aristóteles, talvez o filósofo antigo que melhor dissertou sobre felicidade.

Imagem de Karen Warfel por Pixabay


Assim como você pode planejar as tarefas que precisa resolver no trabalho durante um dia, você também precisa planejar tempo para si. Falando nisso, quem é você? Do que gosta?

Na adolescência, era comum aqueles questionários em que você respondia perguntas como “Qual sua música preferida?”, “Qual seu programa de TV preferido?”. Pois é, espero que o você de hoje saiba responder melhor que o daquele tempo. Sabendo quem é você e do que gosta de fazer, daí sim fica mais fácil planejar tempo para fazer tudo isso.


3 – Entenda que o caminho é o melhor dos destinos

A felicidade não é um estado de espírito a ser alcançado um dia após um passo a passo. A felicidade pode ser sentida ao longo de todo um trajeto, quando se está rumo a algum lugar. Mesmo em momentos de dor e tristeza, alguém ainda sim poderia se dizer feliz. Às vezes períodos de “sofrimento” são até necessários quando buscamos algo recompensador no futuro, não é mesmo? Pois bem, se você percebe isso, então entende o que quero dizer com caminho, rumo, objetivo. Você estando em um rumo na vida, um rumo que você quer muito, então encontra motivação para seguir. Neste momento, tudo faz sentido e você se sente feliz, mesmo que vez ou outra se sinta triste, ansioso, confuso. Felicidade não é 100% alegria. Mas você pode se sentir feliz quando está no SEU caminho.


4 – Planeje e replaneje

Você precisa ter um rumo. Para onde vai o seu barco? Se ele não tiver sentido, irá para onde for levado, inclusive para onde não quer.

Qual a vida que você quer? E qual a vida que conseguiria? Ou seja, não adianta acreditar que querer é poder, que vai sonhar acordado com dinheiro e vão aparecer envelopes com dinheiro na caixa de Correios, isso é coisa de filme, desculpa te dizer. Não tem problema se você jogar na Mega Sena. O problema é você confiar sua felicidade apenas na sorte. Se o vento soprar, aproveite, ice velas e vá com tudo, mas não para qualquer lugar, apenas para onde você quiser.

E quando falo em planejar, não significa planejar cada detalhe de todo o trajeto. Lembre-se, seu barco precisa de direção, mas, se houver rochas, corais, pelo caminho, você precisará do leme para reajustar o curso, contornar os obstáculos. Ou, até mesmo, voltar um pouco, se perceber que tomou um caminho errado. Então, falo em um planejamento flexível, que possa ir se reajustando conforme o caminho.


5 – Não se distraia com os outros

As pessoas vão dizer para onde você deve ir, o que deve vestir, o que deve comer. As pessoas vão querer controlar seu barco. Mas, lembre-se, você é o capitão, você decide!

A maior causa de sofrimento das pessoas, acredito, é não ser o capitão de seu próprio barco, não ter autoridade. Você pode sim ouvir conselhos, pode se inspirar em outros, pode seguir outros por um tempo. Mas você tem que saber quem é, para onde vai e por quê. Você decide! Não tenha medo de romper amizades ou relacionamentos se há pessoas te levando para o caminho oposto ou querendo conduzir seu barco. Às vezes de fato é melhor estar sozinho do que mal acompanhado. Ou melhor, quem está consigo, nunca está sozinho. Rompa contatos prejudiciais e encontre outros contatos, pessoas que te elevem, pessoas que estão indo para destinos próximos ao seu.


6 –  Entenda que menos é mais

Um barco leve é um barco mais manobrável, mais ágil.

Foto da Matthew Henry do Burst


Procure uma vida mais minimalista. Perceba que a vida é simples. Você não precisa de tantas coisas para ser feliz. Você pode comer bem, sem precisar comer muito. Você pode estar bem vestido, sem precisar de roupas tão caras. Você pode fazer uma boa viagem, mesmo não indo tão longe, mesmo não gastando tanto. Dinheiro não compra a felicidade, mas você precisa de algum dinheiro, mesmo que não seja tanto. E, se você não tem um custo de vida alto, você terá mais dinheiro para investir no que realmente gosta. Tudo isso faz parte de um estilo de vida minimalista (mesmo que você não precise ser TÃO minimalista). Se quiser saber mais sobre isso, leia a postagem que escrevi chamada Minimalismo: viver com menos para viver melhor, em meu outro blog.


7 – Tenha calma

Lembre-se: se você está no rumo certo, então você já chegou. Quando você percebe que a felicidade está no caminho, e não no fim, não terá pressa para chegar, pois está feliz a todo momento, e sabe que também estará feliz no dia seguinte. Se se perder por uns dias, sabe que pode replanejar e voltar ao caminho no mesmo instante que souber para onde ir. Como um arco-íris, que você nunca alcança, você sempre estará indo, e indo.

Calma. Mesmo indo, permita-se estar. Viva o agora intensamente, pelo menos o máximo que puder. Você está vivo, e você está indo aonde quer. Do que mais você precisa?

Imagem de Trenna Sonnenschein por Pixabay


Bom, por enquanto é isso que tenho para lhe dizer. Tentei resumir a vida em sete dicas, o que na verdade é impossível, não? Pois é, a vida é complexa. Essas sete dicas ajudam, espero que tenham ajudado. Porém, há muito mais a se aprender. Com certeza continuarei escrevendo, pois o assunto não tem fim. Por enquanto, agradeço pela sua atenção. Peço que compartilhe essas ideias. Além de me ajudar a divulgar o blog, estará ajudando outras pessoas que podem estar precisando de uma palavra, de um empurrãozinho, ou melhor, de uma brisa em suas velas, não é mesmo? Abraço e até a próxima!



quinta-feira, 11 de abril de 2019

Por que não largar tudo e viajar?

"Meu problema deve ser o da maioria das pessoas que aqui leem: estamos em um emprego, sobrevivemos por conta dele, pagamos contas, e juntamos dinheiro para viajar durante as férias.

Mesmo assim vai ter pessoas que vão dizer que largaram tudo, venderam boa parte das coisas, saíram por aí, e que todo o mundo poderia fazer o mesmo. Mas, será bem isso?"
Imagem de Jan Vasek por Pixabay


Assim começa a postagem que fiz no meu outro blog "De carro pela américa". Achei que tem tudo a ver com o conteúdo deste blog também. Quem quiser continuar lendo a reflexão e buscar uma resposta, pode clicar no link abaixo e ser redirecionado para o texto completo.

https://decarropelaamerica.blogspot.com/2019/03/por-que-nao-largar-tudo-e-viajar.html

Aqui, gostaria de acrescentar: não é todo mundo que encontra a felicidade (ou grande parte dela) viajando. Tem gente que não gosta, acredite. Eu adoro! Para mim, um dos sentidos da vida é poder trabalhar para ganhar dinheiro e, finalmente, viajar por aí. Outras coisas são só acessórios. Mas como um dos objetivos deste blog é ajudar as pessoas na busca pela felicidade, então, achei importante ressaltar esse ponto. Se você acha que sua busca não tem relação nenhuma com viagens, ok, você não precisa acompanhar meu blog sobre viagens. Mas, se você é como eu, e curte muito viajar, você vai entrar no lugar certo.

Por que não largar tudo e viajar?
Nossa Discovery 1 no Farol de José Ignácio, no Uruguai, em nossa primeira longa viagem com o carro.
Trata-se de um blog em que dou dicas de viagens, de campismo e até sobre o carro, pois é ele o elemento que te conduz pelo mapa e te leva aos locais mais incríveis que você sonha encontrar. Estamos sendo muito felizes viajando, e com esses meios de comunicação, esperamos inspirar outras pessoas a também seguir esse caminho.

E você? Conte-me abaixo, nos comentários, o quanto viajar te deixa feliz. E que outras atividades te deixam feliz?

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Obrigado, e uma vida boa e feliz a você!

Postagens relacionadas:
A importância de ter um projeto de vida
.
Onde está a felicidade?


terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

A Hora da Comida



Um dos momentos mais importantes para qualquer ser vivo é quando está se alimentando. O único sentimento que poderia atrapalhar isso é o medo da morte (ou perdas). Por isso, muitos animais comem atentos a possíveis predadores, olham ao redor, comem rápido. E quanto a você?

Salmão, arroz e legumes com bacalhau. Água na boca? Eu também...

Com o ser humano, hoje em dia, não é diferente. Quando vejo alguém no restaurante com o garfo em uma mão e o celular em outra, comendo rápido, de alguma forma penso que ele está com medo. Talvez um medo irreal, sim, deturpado, mas tudo é uma derivação de nossos instintos mais primitivos, e nunca fugiremos deles. O medo de ser devorado agora é o medo de ser demitido, ou de levar uma bronca, e mais um turbilhão de pensamentos e comportamentos que já nem se sabe explicar mais.

Saia dessa! Você não vai ser devorado, nem demitido. Tudo vai ficar bem! E eu vou te dar duas sugestões fundamentais para você sempre se lembrar quando for a hora de comer:

1 – Faça uma coisa de cada vez. UMA SÓ!


Por exemplo: corte a carne, leve à boca, mastigue, engula. Entendeu? O erro seria que no momento em que começa a mastigar você já ir cortando o próximo pedaço. Não! Apenas mastigue. Quando você apenas mastiga, você consegue sentir o sabor da comida, e então sua boca saliva mais, seu corpo consegue digerir melhor, você sente melhor o sabor, relaxa. A única coisa que você pode pensar é na própria mastigação, ok? Não é hora de ficar pensando nos problemas da vida. Controlar os pensamentos é a parte mais difícil, mas é uma questão de treinamento. Usar o celular, então, pode? Bom, até poderia, mas daí você para de se alimentar, olha o celular, e depois larga o celular. E isso pode ser uma armadilha, pois quando você pega o celular, ele acelera teus pensamentos, te faz pensar em inúmeras coisas e, quando tentar voltar a comer, estará agitado, pensando nas coisas do celular, preocupações... E a comida ali esfriando. Então, o melhor mesmo é deixar o celular de lado, ok? Tem gente que escuta música, mas isso também foge à essa regra. Música desvia a atenção. E a tua atenção precisa estar focada no agora, na comida que está comendo. Vamos à segunda sugestão?

2 – Coma devagar!!


Fique tranquilo, não tem um leão à espreita. A hora da comida é sagrada, você precisa se dedicar a ir reduzindo a velocidade. A sugestão 1 ajuda a 2, assim como a 2 ajuda a 1. As duas se complementam. 

Enfim, só quero acrescentar que você também não precisa se preocupar caso não consiga seguir tudo à risca todo o tempo. Essas sugestões são para serem lembradas a cada refeição, para você usar como um contínuo treinamento. Mas é normal que um dia ou outro você esteja mais ansioso, que os pensamentos lhe atrapalhem. Ninguém aqui pretende ser um monge tibetano. Somos pessoas cheias de compromissos, sim. Eu também, não posso dizer que consigo seguir tudo perfeitamente. Mas, sim, posso dizer que há tempo coloco isso em prática e que almoço bem tranquilo, sinto o sabor da comida, consigo relaxar enquanto como, consigo aproveitar muito o prazer de comer. Quando percebo que estou me atropelando, penso o que está me deixando ansioso, e vejo se é possível me controlar um pouco mais, ou se, ok, aquele dia é atípico.

Então, espero que você consiga também, ok? Inscreva-se neste blog para ser informado por e-mail quando um novo texto for publicado e ficar sempre por dentro das dicas e reflexões que têm por objetivo ajudar a todos nessa caminhada da vida rumo à felicidade. Um abraço e até mais!



terça-feira, 5 de julho de 2016

A Prisão: como ser feliz com nossas possibilidades e limitações?

Imagine que você foi condenado à prisão perpétua, tendo que passar o resto da vida sozinho em uma sala fechada. Em uma das paredes há uma janela pequena, mas não há nada de interessante na paisagem. Além disso, há duas portas: uma delas leva a um banheiro apertado e sujo; a outra está sempre fechada, mas é por um espaço ali que alguém lhe coloca comida, água, ou o que for muito necessário. Você não receberá visitas, e ninguém conversará com você. Enfim, imagine um lugar assim, com apenas o mínimo necessário à sua sobrevivência.

Blog Psicologia da Felicidade: A prisão
Imagem de Jan Marczuk por Pixabay

Contudo, imagine que alguém tenha lhe dado apenas uma regalia: livros. Uma estante é colocada em sua cela, e um local para ler. Você terá acesso à um catálogo digital, pelo qual poderá solicitar qualquer outro livro que lhe interessar. Sob essas condições, eu lhe pergunto: como você passará os próximos anos de sua vida (até morrer)?

Vamos analisar as possibilidades. Passar a vida lendo parece ser uma opção óbvia, mas não a única, pois existem outras. Você também poderia fazer exercícios físicos, ou poderia se deitar e dormir a maior parte do tempo. Você também poderia fazer castelos de livros, ou poderia rasgar páginas e fazer origamis. Você poderia cantar, dançar, refletir ou filosofar. E também poderia tirar a própria vida, caso nada lhe agradasse.

No entanto, certo é que você não poderá tocar violão, porque você não tem um violão. E também não poderá surfar no mar, porque você não está no mar. Enfim, algumas coisas você tem, outras, não. Além dessa limitação de possibilidades, você sabe que não durará mais do que qualquer ser humano dura, e calcula mais uns 50 anos pela frente.

Apesar de lhe ser dito para pensar que você passaria o resto da sua vida trancafiado nesta sala, se você estivesse lá, não teria certeza do futuro. E isso lhe faria acreditar na remota esperança de um dia sair de lá. Você não seria humano se não pensasse assim, não é verdade? Sim, e isso também abrange a proposta inicial de você se imaginar nessa situação, já que você é um ser humano.

Agora, considerando tudo isso, quero que você me responda: você conseguiria ser feliz? Enfim, seja lá o que você pense como resposta, gostaria de informar-lhe que, infelizmente, a vida que você tem neste momento não difere essencialmente da que eu te pedi para imaginar. Parece uma ideia pessimista, e não deixa de ser. Mas é real, e sobre o real é o que importa agora refletirmos.

Paralelamente, então, quais as possibilidades que lhe foram dadas para viver? Sobre isso, pergunte-se assim: Você nasceu em uma família com qual poder aquisitivo? Que criação você teve? Que pessoas criaram-lhe? Em que cidade você nasceu? Que brinquedos seus pais puderam-lhe dar? Em que escolas você estudou? O quão favorável foi-lhe a genética? Todos esses fatores, entre outros, explicam muito sobre quem você se tornou.

A reflexão, até aqui, leva-nos para a antiga discussão sobre o livre-arbítrio. Sobre isso, já tratei em outras teorias, não é o objetivo aqui. De qualquer forma, pode-se chegar à ideia de que pelo menos boa parte do que você se tornou é consequência de fatores externos, independentes de sua vontade. Ou seja, se podemos fazer escolhas, ou se as escolhas feitas já estavam tomadas pelo desencadeamento natural de causas e consequências, deixando-nos apenas com a ilusão de que a tomamos, não importa discutir neste momento. Fato parece ser que temos limites externos a nossa vontade, como se estivéssemos em uma prisão.

Da mesma forma, parece óbvio que escolheremos realizar as atividades que nos colocam como possíveis. No caso imaginado, para você, que provavelmente gosta de ler, pareceu óbvia a tendência a escolher passar o tempo lendo, livro após livro. Isso se dá pela tendência que temos de fazer aquilo que nos dá prazer. E nada da proposta pareceu dar mais prazer do que a leitura. Contudo, se, além dos livros, fosse-lhe ofertada a possibilidade de jogar videogames, sendo-lhe ofertados todos os jogos possíveis, por catálogo, aposto como muitas pessoas tornar-se-iam jogadores compulsivos ao longo do tempo. Mesmo quem não costume jogar atualmente, com certeza experimentará, entre uma leitura e outra. Experimentando, jogará mais progressivamente. Difícil competir.

Isso é semelhante ao uso de drogas. Imagine se, ao invés dos jogos, fosse cerveja, de todos os tipos possíveis. Qual a probabilidade de você se tornar um alcoolista? A vida é assim. Precisamos ter boas opções na vida. Os que não as possuem, apresentam maior propensão aos vícios. E, quando digo "vícios", aqui, refiro-me a tudo o que gera prazer de forma imediata, não apenas a drogas. E pior: se a sua vida não fizer sentido, por que os vícios seriam ruins? Talvez, nesse caso, eles sirvam justamente para que nos seja menos doloroso sobreviver. Por isso a importância em se refletir e encontrar um sentido, um rumo. Sabendo para onde vai, fica mais fácil discernir o bom do ruim.

Tem uma passagem de Alice no País das Maravilhas que trata disso. Alice está perdida, há vários caminhos possíveis. Então, ela encontra o gato, e pergunta-lhe "para onde leva este caminho?" E o gato pergunta "para onde você quer ir?" Alice responde "não sei, estou perdida". E o gato, "se você não sabe para onde quer ir, qualquer caminho serve". Ou seja, a mesma ideia ressaltada aqui, sobre a importância de se encontrar um rumo na vida. A capacidade de vislumbrarmos o futuro torna-nos mais eficientes na busca pelo que queremos, seja o que for.

Enfim, sua vida é uma prisão, mas uma prisão maior e com mais possibilidades do que aquela. Dentro das possibilidades, você escolhe o que fazer, seja esse poder de escolha real ou ilusório. Além disso, parece que há outras pessoas convivendo no presídio, então, nossas escolhas podem afetar uns aos outros. Os mais individualistas chamarão a prisão de "vida", acreditando que os outros fazem parte de suas possibilidades. Suas vidas, assim, tem menos sentido do que a daqueles que acreditam não estar sozinhos. Há coisas que nunca saberemos mesmo. Assim, também nossas convicções tornam-se possibilidades. Umas ou outras nos farão sentir melhor ou pior. A escolha também é sua.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Dicas de leitura para quem deseja estudar Psicologia por conta própria


Gosto muito de estudar Psicologia por conta própria. Mesmo depois de formado, continuo me dedicando arduamente todos os dias, principalmente, com o objetivo de passar em concursos públicos. Indo atrás das bibliografias indicadas nos editais, uma de minhas estratégias foi dar prioridade para aquelas leituras que costumam aparecer com maior frequência, os quais deveriam ser tidos como mais importantes, mais confiáveis etc. Assim, surgiu a ideia de escrever um pouco sobre alguns desses livros, como indicações, não apenas para se preparar para concursos, mas também para quem deseja estudar Psicologia por conta própria: estudantes de graduação; graduados; afins.

Imagem de Pexels por Pixabay.


1. Teorias da Personalidade


O primeiro que apresento se chama "Teorias da Personalidade", de Calvin S. Hall, Gardner Lindzey e John B. Campbell, pela editora Artmed. Esse livro é como um compêndio sobre as principais teorias da personalidade, as quais foram agrupadas neste quatro grupos:
-Teorias com ênfase na psicodinâmica (Freud, Jung, Adler, Fromm, Horney e Sullivan, Erikson);
-Teorias com ênfase na estrutura da personalidade (Murray, Allport, Cattel, Eysenck);
-Teorias com ênfase na realidade percebida (Lewin, Kelly, Goldstein, Maslow, Rogers);
-Teorias com ênfase na aprendizagem (Skinner, Dollard e Miller, Bandura, Mischel).
Comecei por essa indicação porque é o que eu estou lendo no momento. Apesar de ser um livro grande, não é necessário ler o livro inteiro e do início ao fim de forma corrida. Eu, por exemplo, li o capítulo um, o qual faz uma introdução sobre teorias da personalidade, depois li a introdução de cada uma das quatro ênfase, para ter uma ideia geral sobre todas as teorias, li a conclusão, e agora vou ler apenas as partes que eu achar importante, ao longo do tempo. No próximo concurso, cairá algo sobre Terapia Cognitivo-Comportamental. Por isso, começarei lendo a seção sobre teorias com ênfase na aprendizagem. Além disso, sei que logo terei que ler sobre as psicodinâmicas. Quem só pretende aprender Psicologia e não sabe por onde começar, minha sugestão é que leia, principalmente, além das introduções, como disse, os principais autores (sugiro começar por Freud, Rogers e Skinner).

2. Manual Conciso de Psiquiatria Clínica


O segundo livro que indico é o "Manual Conciso de Psiquiatria Clínica", presente em muitas bibliotecas e livrarias. Para mim, trata-se do melhor livro para se aprender psicopatologia e psicofarmacologia. Nele, apresenta-se o principal do que se deve saber sobre os principais transtornos mentais catalogados oficialmente, bem como sobre os medicamentos empregados pela psiquiatria. É de fácil leitura, é bem escrito e o melhor é que, apesar de ser um livro grande, pode ser usado para se ler parte por parte, de acordo como convier.

3. Psicoterapias: Abordagens Atuais


O terceiro livro é o "Psicoterapias: Abordagens Atuais", de Aristides Volpato Cordioli. Também é um livro grande, porém, apresenta no primeiro capítulo um resumo de todas as psicoterapias e, acredite, quase todas as questões de bancas que pediram o livro foram tiradas literalmente desse primeiro capítulo. Então, se você está recém começando a estudar, comece lendo apenas o primeiro capítulo, depois vá estudar outras coisas, e só depois leia o resto, se desejar.


4. Psicodiagnóstico-V


"Psicodiagnóstico-V", de Jurema Alcides Cunha. Esse livro é muito importante, pois cai muito nas bibliografias de concursos (pelo menos até agora) e também pelo seguinte: todo bom psicólogo precisa olhar para alguém e entender "o que está acontecendo com essa pessoa?" Esse livro revela justamente isso, dizendo-se de forma simples. Tem mais de 600 páginas, mas você não precisa ler tudo. Sugiro você ler a Parte I, que são umas 100 páginas, e dão as bases de tudo. O resto você deixa para quando sentir necessidade, pois se tratam, em geral, dos testes específicos que podem ser usados. Se pelo menos você der uma passada de olhos nos testes para entender mais ou menos do que se tratam, já é bom. Futuramente, se você sentir necessidade de aplicar algum teste em algum momento de psicodiagnóstico, é por aí que você começará a ler. Portanto, é mais que um livro, é um acervo fundamental na minha prateleira.

5. Outros


Abaixo, deixo uma foto de alguns livros em minha prateleira. Alguns aí foram citados acima, outros não, mas que gostei muito também. Uma boa parte aí (inclusive Foucault) vem de meu interesse recente pela Psicologia Jurídica.


Colegas, estudantes de Psicologia, se tiverem alguma pergunta sobre os livros, ou se quiserem sugerir outras leituras, podem escrever nos comentários desta postagem. Fica o pedido para que se inscrevam neste blog, para serem sempre informados de novas postagens. E peço para que, se gostaram das dicas, compartilhem com colegas ou interessados. Um abraço a todos e bons estudos!